Ainda é muito comum nas discussões de comitês de talentos, o tema “pessoas com mais de 40 anos”. Já ouvi (algumas vezes, infelizmente) que pessoas nessa faixa etária, e as vezes até “+30”, já teriam perdido o “bonde” e não valeria mais a pena investir em seu desenvolvimento quando o assunto era assumir posições executivas no futuro. Afinal o negócio precisa dos resultados para ontem e não temos mais tempo a perder!
A cada dia vemos e vivemos mudanças cada vez mais disruptivas. O que mais me impressiona é ver que o mindset ainda continua em modo analógico em muitos lugares. Quando colocamos sobre a mesa temas como talento, energia, competência e entrega, precisamos entender que isso não tem relação com a idade. Fala-se tanto em diversidade, equidade e inclusão, mas pouco se faz com esse público que muitas vezes se destaca em diversos aspectos como conhecimento técnico e cultural, maturidade emocional, vivência em diversos ambientes e múltiplas habilidades que são essenciais em qualquer negócio.
Segundo o IBGE, em 2030 o Brasil já terá mais idosos do que jovens com idade entre zero e 14 anos. Outro dado interessante é que o número de calouros com 40 anos ou mais em universidades brasileiras quase triplicou nos últimos dez anos, segundo dados do Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC). A alta, de 171,1%, foi bem maior do que a variação do total de ingressantes: de 43,1%. Entre as causas, especialistas apontam, principalmente, a expansão dos cursos de ensino a distância (EAD) e a crise econômica, que obrigou muitos a tentarem recalcular a rota no mercado de trabalho.
Vivemos em um país onde os indicadores educacionais apresentam resultados ridículos há décadas, o nível de proficiência em um segundo idioma é baixíssimo e em uma cultura que supervaloriza os rostos e os corpos jovens. Muitos profissionais só conseguem essa conquista depois de anos de labuta. Claro que há exceções! E nessas ilhas de excelência, encontram-se resultados acima de média: baixo turnover, resultados financeiros sólidos e senso de pertencimento alto. As pessoas realmente se sentem parte de algo maior, convivendo com diferentes gerações, abertas e dispostas a aprenderem e se desenvolverem em um ambiente diverso.
Aos colegas e responsáveis que participam de discussões sobre talentos e sucessão, convido a uma rápida análise e reflexão sobre as práticas realizadas em sua empresa:
- Qual o % de pessoas com mais de 40 anos no talent pool?
- Qual o % de talentos com mais de 40 anos na linha sucessória?
- Qual o % de turnover das pessoas com mais de 40 anos?
- Qual o % de das pessoas com mais de 40 anos que participam de comitês de engajamento (DE&I, Melhoria Contínua, Inovação, Reconhecimento, Comunicação, etc)?
- Qual o % das pessoas com mais de 40 anos que são facilitadores internos de treinamento?
Aos colegas “40+” recomendo não desanimarem. O mercado está começando a prestar atenção nessa faixa etária pois a maturidade tem diversos aspectos positivos e é nossa obrigação valorizar cada um deles. Continuem aprendendo!
Boa Sorte!
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